quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Histologia

A histologia (do grego: hydton = tecido + logos = estudos) é a ciência que estuda os tecidos biológicos, desde a sua formação (origem), estrutura (tipos diferenciados de células) e funcionamento.

 Mas o que é tecido?
O corpo de um organismo multicelular é constituído por diferentes tipos de células, especializadas em realizar diversas funções. As células com determinado tipo de especialização organizam-se em grupos, constituindo os tecidos. Alguns tecidos são formados por células que possuem a mesma estrutura; outros são formados por células que têm diferentes formas e funções, mas que juntas colaboram na realização de uma função geral maior.


 
Como são formados os tecidos?
Todos os tecidos presentes nos vertebrados adultos são formados a partir de três tipos de folhetos germinativos: endoderma, ectoderma e mesoderma. Cada um desses, durante o desenvolvimento embrionário, é responsável por uma genealogia de células especializadas quanto à forma e função.
Os destinos finais (organogênese) desses folhetos germinativos, na formação dos tecidos e órgão humanos, são:

Ectoderma
  • Epiderme e anexos cutâneos (pêlos e glândulas mucosas);
  • Todas as estruturas do sistema nervoso (encéfalo, nervos, gânglios nervosos e medula espinhal);
  • Epitélio de revestimento das cavidades nasais, bucal e anal.
Mesoderma
  • Forma a camada interna da pele (derme);
  • Músculos lisos e esqueléticos;
  • Sistema circulatório (coração, vasos sangüíneos, tecido linfático, tecido conjuntivo);
  • Sistema esquelético (ossos e cartilagem);
  • Sistema excretor e reprodutor (órgãos genitais, rins, uretra, bexiga e gônadas).
Endoderma
  • Epitélio de revestimento e glândulas do trato digestivo, com exceção da cavidade oral e anal;
  • Sistema respiratório (pulmão);
  • Fígado e pâncreas.

Tecido Cartilaginoso


Cartilagem Hialina
A mais comum encontrada na laringe, traqueia, nos brônquios e nas articulações. Esta cartilagem apresenta uma matriz mais homogênea e possui poucas fibras colágenas. Esta cartilagem é a que forma o primeiro esqueleto de um embrião, que logo após é substituída por osso. É a mais abundante na anatomia humana.


Se esta cartilagem sofrer uma lesão se regenerará com mais dificuldade e provavelmente não completamente, com exceção em crianças com pouca idade. Em adultos esta regeneração é feita pelo pericôndrio, que células originadas por ele, invadem a área fraturada dando origem ao um novo tecido cartilaginoso.        



Cartilagem Elástica
Semelhante à hialina, a cartilagem elástica possui pequenas porções de colágeno, além de fibras elásticas entrelaçadas, materiais de lâminas de elástico. Este material é responsável pela maior elasticidade desta cartilagem. Possui também uma exuberante rede de fibras elásticas finas, que se unem ao pericôndrio. Devido à presença de elastina esta cartilagem possui uma coloração amarelada. As células presentes do interior desta cartilagem mantêm a matriz. Este tipo de cartilagem é encontrada na orelha, no septo nasal e na epiglote.


1- matriz territorial;
2- fibras elásticas;
3- condrócitos;
4- matriz interterritorial
Cartilagem Fibrosa
A cartilagem fibrosa também pode ser chamada  defibrocartilagem. Esta cartilagem apresenta grande quantidade de fibras colágenas, fazendo assim com que se torne a mais resistente de todas as três. Nesta cartilagem não há presença de pericôndrio e está diretamente associada ao tecido conjuntivo denso. Ela tem a função de cartilagem intervertebral, separando uma vértebra de outra, evitando assim o atrito entre elas e amortecendo choques que podem ser transmitidos á coluna através de atividades físicas. Esta cartilagem está presente entre as vértebras e no osso púbis da bacia.



quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Tecido conjuntivo anexo

Por não apresentar vasos sangüineos, o tecido cartilaginoso precisa de um Tecido Conjuntivo Anexal para receber por meio de difusão tudo o que precisa. No caso é o Pericôndrio, tecido conjuntivo que envolve a cartilagem, que auxilia na obtenção de nutrientes trazidos pelo sangue a penetrar na matriz até chegar nas células.

Composição

O tecido conjuntivo cartilaginoso é composto por células, fibras proteicas, substância intercelular e condrina (substância mucopolissacarídea com consistência de borracha).

Células

Os condrócitos são células mais velhas e usadas, circulares ovaladas que já secretaram matriz extracelular e que por isso ficaram envolvidas por matriz extracelular, têm pouco reticulo endoplasmático e complexo de golgi, e já são células que trabalham mais lentamente, daí a pouca presença de organelas e proteínas, além de não receberem vasos e nervos o que dificulta ainda mais a velocidade do metabolismo celular interno e externo. Condroblastos são células jovens e que ainda não foram envolvidas pela matriz extra celular, tem um complexo de golgi e reticulo endoplasmatico rugoso e são bastante desenvolvidos, tendo assim um importante papel na secreção de colágeno tipo II. São as células comumente encontradas na cartilagem.

Fibras protéicas

Colágeno em grande quantidade e poucas fibras elásticas. Na cartilagem hialina, colágeno tipo II corresponde a 30% de seu peso seco

Matriz

O principal constituinte da matriz extracelular são os proteoglicanos que são glicoconjugados compostos por um esqueleto protéico e um glicosaminoglicano. O tipos mais comum de proteoglicano é o agrecam e os glicosaminoglicanos presentes são: condroitim sulfato e queratam sulfato.

Locais onde se encontram os tipos de cartilagem

Cartilagem hialina: Possui moderada quantidade de fibras colágenas. Forma o primeiro esqueleto do embrião, que, depois, é substituído por osso. Mesmo assim, alguns locais dos ossos ainda mantêm esse tipo de cartilagem. Ela é a mais abundante do corpo humano. É encontrada no disco epifisário, fossas nasais, brônquios e na traquéia.
Cartilaginoso


tecido cartilaginoso, ou simplesmente cartilagem, é um tecido elástico e flexível que não cicatriza, é branco ou acinzentado, aderente às superfícies articulares dos ossos. Também é encontrado em outros locais como na orelha, na ponta do nariz. É formado por condrócitos e condroblastos (células) , revestido pelo pericôndrio (fibrocartilagem não possui pericondrio). O tecido serve para revestir, proteger, dar forma e sustentação a algumas partes do corpo, mas com menor rigidez que os ossos e também serve para não dar atrito entre os ossos. No tecido cartilaginoso não existem vasos sanguíneosnervos e vasos linfaticos.
Cartilagem de crescimento, ou disco epifisial, é uma cartilagem presente na epífise dos ossos longos jovens, modulando seu crescimento.
Ao contrário dos outros tecidos conjuntivos, a cartilagem não possui vasos sanguíneos ou nervos, com exceção do pericôndrio (peri = ao redor; condros = cartilagem), a túnica de tecido conjuntivo denso não-modelado que reveste a superfície da cartilagem.
Cartilaginoso


tecido cartilaginoso, ou simplesmente cartilagem, é um tecido elástico e flexível que não cicatriza, é branco ou acinzentado, aderente às superfícies articulares dos ossos. Também é encontrado em outros locais como na orelha, na ponta do nariz. É formado por condrócitos e condroblastos (células) , revestido pelo pericôndrio (fibrocartilagem não possui pericondrio). O tecido serve para revestir, proteger, dar forma e sustentação a algumas partes do corpo, mas com menor rigidez que os ossos e também serve para não dar atrito entre os ossos. No tecido cartilaginoso não existem vasos sanguíneosnervos e vasos linfaticos.
Cartilagem de crescimento, ou disco epifisial, é uma cartilagem presente na epífise dos ossos longos jovens, modulando seu crescimento.
Ao contrário dos outros tecidos conjuntivos, a cartilagem não possui vasos sanguíneos ou nervos, com exceção do pericôndrio (peri = ao redor; condros = cartilagem), a túnica de tecido conjuntivo denso não-modelado que reveste a superfície da cartilagem.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013


Fertilização in vitro

fertilização in vitro (FIV) é uma técnica de reprodução medicamente assistida que consiste na colocação, em ambiente laboratorial, (in vitro), de um número significativo de espermatozóides, 50 a 100 mil, ao redor de cada ovócito II, procurando obter pré-embriões de boa qualidade que serão transferidos, posteriormente, para a cavidade uterina.
A técnica de fertilização in vitro (FIV) iniciou uma nova era da medicina reprodutiva quando, em 1998, resultou no nascimento do primeiro "bebê de proveta", Bruno da Silva Vicente, no Brasil. Desde então, o desenvolvimento tecnológico tem proporcionado taxas de sucesso progressivamente maiores, garantindo o sucesso na realização do sonho de muitos casais.
Inicialmente restrita às mulheres com obstruções das trompas, hoje a FIV é utilizada como opção terapêutica para casais com fatores masculino, imunológico, ovariano e com endometriose, entre outras causas.

Procedimento[editar]

Para a execução desta técnica exige-se uma prévia estimulação ovárica (ovariana) através de medicamentos adequados (gonadotrofinas, como é ocaso de LH e FSH) e acompanhamento médico regular (exames de ultra-som transvaginal e dosagens hormonais seriados), de forma a controlar os efeitos dessa estimulação e definir o melhor dia para a coleta dos ovócitos. Cerca de 34 - 36 horas antes dessa coleta (ou captação) é administrada uma injeção de gonadotrofina coriónica (um tipo de hormônio produzido pela placenta) que provoca a maturação oocitária, vindo a permitir a sua captação por aspiração através de uma agulha especial. Essa captação é realizada com a ajuda do ultra-som transvaginal, que auxilia o médico a guiar a agulha em direção aos folículos ovarianos (pequenas bolhas de líquido situadas dentro de cada ovário e que contêm os ovócitos) durante o procedimento. Os ovócitos assim obtidos são encaminhados ao laboratório de embriologia, anexo à sala de coleta, onde serão classificados e ambientados em um meio de cultura especial, sob condições de temperatura e pressão constantes (estufas especiais). Depois de 2 a 4 horas de ambientação numa estufa especial, os oócitos estarão prontos para a fertilização.Quanto aos espermatozóides, estes são obtidos após uma coleta de por masturbação assistida, sendo normalmente sujeitos a um tratamento prévio, em meio de cultura especial, para que sejam escolhidos os melhores em termos de motilidade e forma. Destes são seleccionados cerca de 50 a 100 mil, com mobilidade progressiva rápida, para serem colocados ao redor de cada ovócito. Quando há problemas graves com a quantidade ou qualidade dos espermatozóides, e o número é insuficiente para a fertilização in vitro convencial, considera-se a alternativa da realização de uma microinjecção intracitoplasmática de espermatozóides.
Após cerca de 16-18 horas os ovócitos são observados para identificar o estado de fecundação e eventual progressão até pré-embriões de alguns deles. Já sabemos que após a fecundação (fertilização) forma-se o zigoto. A partir desse momento inicia-se a divisão celular para a formação do que denominamos pré-embrião. Assim, 24 horas (1 dia) depois da fertilização teremos pré-embriões com 2 células, após 48 horas (2 dias) teremos 4 células, após 72 horas (3 dias) teremos 8 células e assim por diante, numa divisão celular (clivagem) em progressão geométrica. A transferência desses pré-embriões para a cavidade uterina é então efetuada através de um fino tubo de plástico especial (catéter), após 2 a 5 dias da coleta dos oócitos. Normalmente transferimos 2 a 3 pré-embriões para a cavidade uterina. Entretanto, esse fato depende da idade da mulher e da qualidade dos pré-embriões. Assim, cerca de 10 a 12 dias após a transferência, fazemos o exame de sangue (dosagem de beta-hCG) na mulher, para identificarmos se a gravidez está presente.
Com a chegada da revolucionária fertilização in vitro dos anos 80, a inseminação artificial foi abandonada e considerada ultrapassada, sendo retomada apenas recentemente.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013


Doenças neurodegenerativa


Doenças neurodegenerativas são doenças em que ocorre a destruição progressiva e irreversível de neurônios, as células responsáveis pelas funções do sistema Nervoso. Quando isso acontece, dependendo da doença, gradativamente o paciente perde suas funções motoras, fisiológicas e/ou sua capacidade cognitiva.
As doenças neurodegenerativas ocorrem devido à destruição progressiva e, muitas vezes, irreversível de neurônios, responsáveis por algumas funções do sistema nervoso central. Em casos graves, dependendo da doença o paciente perde suas funções motoras, fisiológicas e a capacidade cognitiva. Para reverter ou controlar os sintomas dessas patologias o tratamento é realizado com medicamentos que inibem a destruição dos neurônios afetados.
Além disso, terapias ocupacionais são associadas para ajudar na qualidade de vida dos pacientes. As doenças neurodegenerativas mais comuns são a esclerose múltipla, a doença de Parkinson (DP), o mal de Alzheimer e a doença de Huntington.
O tratamento em alguns casos é realizado com remédios que inibem ou retardam a destruição dos neurônios afetados. A fisioterapia também pode ajudar a retardar o avanço de doenças que impliquem na perda das funções motoras, utilizando-se da Fisioterapia Neurofuncional, de grande importância nesse aspecto. A Fonoaudiologia também exerce uma função importante nos tratamentos dessas doenças, sendo que através da fonoterapia é possível manter, ou até mesmo restituir funções como: coordenação pneumo-fono-articulatórios, deglutição e linguagem.
O especialista que cuida das doenças neurodegenerativas é o neurologista, mas, dependendo da doença, um psiquiatra ou psicólogo também pode ser necessário.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013




A FERTILIZAÇÃO OU FECUNDAÇÃO 


Dos aproximadamente 300 milhões de espermatozóides eliminados na ejaculação, apenas cerca de 200 atingem a tuba uterina, e só um fecunda o ovócito II.

      

Quando liberado do ovário, o ovócito encontra-se envolto na zona pelúcida, formada por uma rede de filamentos glicoprotéicos. Externamente a zona pelúcida há a corona radiata, formadas por células foliculares (células derivadas do ovário).


Na fecundação, o espermatozóide passa pela corona radiata e ao atingir a zona pelúcida sofre alterações formando a membrana de fecundação, que impede a penetração de outros espermatozóides no ovócito.
Ao mesmo tempo, há finalização da meiose dando origem ao óvulo e formando-se o segundo corpúsculo polar.
               

Na fecundação, o espermatozóide fornece para o zigoto o núcleo e o centríolo. As mitocôndrias dos espermatozóides desintegram-se no citoplasma do óvulo. Assim, todas as mitocôndrias do corpo do novo indivíduo são de origem materna.
Hoje se sabe que há muitas doenças causadas por mutações no DNA mitocondrial e que elas são transmitidas diretamente das mães para seus descendentes. Além disso, a análise do DNA mitocondrial tem sido usada em testes de maternidade para verificar quem é a mãe de uma criança.
O núcleo haplóide do óvulo e o núcleo do espermatozóide recebem, respectivamente, os nomes pró-núcleo feminino e pró-núcleo masculino. Com a união desses núcleos (anfimixia), temos a formação da célula-ovo ou zigoto e o início do desenvolvimento embrionário.
Embriologia geral

OS GAMETAS  OU CÉLULAS SEXUAIS DOS ANIMAIS


O espermatozoide é a célula reprodutiva de todos os animais machos
Os espermatozoides são gametas masculinos produzidos durante aespermatogênese que ocorre nos testículos. Células leves e móveis, osespermatozoides se desenvolvem a partir das espermátides e se movimentam em direção ao óvulo com uma velocidade de 1mm/min a 4mm/min em média. Osespermatozoides são dotados de cabeça, colo ou peça intermediária, ecauda ou flagelo.
A cabeça do espermatozoide tem forma oval e é quase totalmente ocupada pelo núcleo, composto de cromossomos paternos. Na parte superior da cabeça há o acrossoma, oriundo da junção de vesículas do aparelho de Golgi e que consiste em uma bolsa cheia de enzimas com a função de facilitar a penetração do espermatozoide no óvulo durante a fecundação.
O colo, também chamado de peça intermediária, contém mitocôndrias que produzem o trifosfato de adenosina (ATP), essencial para o movimento dos flagelos. Já a cauda ou flagelo desenvolve-se a partir do centríolo e tem a função de impulsionar o espermatozoide pelo aparelho reprodutor feminino.
Os espermatozoides ficam mergulhados em um fluido produzido pelas glândulas seminais e pela próstata. Esse fluido é nutritivo para os espermatozoides e é expulso do corpo no momento da ejaculação. Uma vez no sistema reprodutor feminino, os espermatozoides conseguem fecundar um óvulo no período de 48 a 72h.


Tipos de óvulos e a distribuição de vitelo

A classificação dos óvulos nos organismos animais varia de acordo com a quantidade e a distribuição de vitelo (substância de reserva energética) presente em seu interior, implicando no padrão de segmentação (ou clivagem) da célula ovo ou zigoto.

Quanto maior a quantidade de vitelo, menor é a velocidade do processo de segmentação;
Quanto menor a quantidade de vitelo, maior a velocidade do processo de segmentação. 

DESSA FORMA, OS ÓVULOS SÃO AGRUPADOS EM QUATRO TIPOS DISTINTOS:

Isolécito (oligolécito, alécito ou homolécito) 
 óvulos com baixa quantidade de vitelo, dispersos homogeneamente no citoplasma da célula. 
- Tipo de segmentação: holoblástica igual. 
- Exemplo: equinidermos, espongiários, protocordados e mamíferos.

Heterolécito (mediolécito ou miolécito)  óvulos com muito vitelo dispersos pela célula, formando uma região distinguindo o pólo animal (com pouco vitelo, contendo o núcleo) e o pólo vegetativo (concentrada em vitelo).
- Tipo de segmentação: holoblástica desigual, formando após divisão, dois tipos de células com tamanhos diferenciados (os micrômeros e os macrômeros). 
- Exemplo: moluscos, platelmintos, anelídeos, anfíbios e alguns peixes.

Telolécito (megalécito)  óvulos maiores, contendo muito vitelo disperso na célula. O núcleo fica localizado em uma região delimitada por uma cicatrícula que separa o pólo animal do vegetal.
- Tipo de segmentação: Meroblástica discoidal.
- Exemplo: répteis, aves e alguns peixes. 

Centrolécito  óvulo com vitelo concentrado na região central juntamente ao núcleo. O vitelo nesse tipo de célula não se divide, porém o núcleo passa por diversas divisões com posterior migração para a periferia.
- Tipo de segmentação: Meroblástica superficial. 
- Exemplo: artrópodes.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

História da enzimas

Enzimas

Louis Pasteur (1822 -1895) foi um dos primeiros cientistas a estudar reações catalisadas por enzimas. Ele acreditava que leveduras ou bactérias vivas eram necessárias para estas reações, a que denominoufermentações - por exemplo, a conversão  de glicose em álcool por leveduras.
Em 1897, Eduard Büchner fez um filtrado sem células, que continha enzimas preparadas, traturando células de leveduras com areia bem fina. As enzimas contidas neste filtrado converteram glicose em álcool, provando assim que para a atividade enzimática não era necessária a presença de células vivas. Búchner recebeu o Prémio Nobel  de química em 1907 por este trabalho.

Duas características gerais das enzimas:

  1. Enzimas são proteínas (a parte estrutural); têm a estrutura da proteína;têm a possibilidade de desnaturação, em particular sob influência do pH e da temperatura;
  2. Enzimas são (bio)catalisadores (a parte cinética); muito específico e eficiente;holoenzima = apoenzima + coenzima/grupo prostético

Bioquímica/Enzimas

File:Carbonic anhydrase 1CA2 active site.pngEnzimas


Para que a vida seja possível, é necessário que as reações químicas que a sustentam se dêem a uma determinada velocidade. Muitas das reações bioquímicas não se realizariam a uma velocidade relativamente elevada se não fossem catalisadas. Em sistemas vivos, a catálise de reações químicas é feita por enzimas.
As enzimas são proteínas que, atuando como catalisadores na maioria das reacções bioquímicas, baixam a energia de ativação necessária para que se dê uma reação química. Por serem catalisadores eficientes, são aproveitadas para aplicações industriais, como na indústria farmacêutica ou na alimentar. Como intervêm nas reacções químicas que sustentam a vida, a compreensão do seu funcionamento é importante em áreas como a investigação de patologias com origem em deficiências enzimáticas.
A esmagadora maioria das reacções bioquímicas dá-se em vias metabólicas, que são sequências de reacções em que o produto de uma reacção é utilizado como reagente na reacção seguinte. Diferentes enzimas catalisam diferentes passos de vias metabólicas, agindo de forma concertada de modo a não interromper o fluxo nessas vias. Por outro lado, como será explicado mais adiante, cada enzima pode sofrer regulação da sua actividade, aumentando-a, diminuindo-a ou mesmo interrompendo-a. Assim, o fluxo de uma via metabólica depende da velocidade de catálise das enzimas que nela participam.
Um pequeno grupo de enzimas, as ribozimas, têm uma natureza não-proteica. As ribozimas são moléculas de RNA que possuem capacidade catalítica. Este grupo de enzimas, que possui propriedades peculiares, será abordado à parte das enzimas proteicas.

Estrutura


Estruturalmente, as enzimas possuem todas as características das proteínas, tendo zonas da sua estrutura responsáveis pela catálise. A zona reactiva da enzima é denominada centro activo e é onde se liga o reagente (substrato) que vai ser transformado no produto. Podem existir também outras zonas da cadeia polipeptídica que são sensíveis à presença de determinadas espécies químicas, modulando a actividade da enzima. tais zonas são denominadas centros alostéricos e essa modulação de alosteria.
A manutenção da estrutura de uma enzima é de particular importância para a sua actividade: esta pode ser perdida se a enzima é colocada num meio em que factores como o pH ou a temperatura não favoreçam a estabilidade estrutural da cadeia polipeptídica.
Algumas enzimas necessitam da presença de outras espécies químicas, genericamente denominadas cofactores, para efectuar a catálise. A natureza química dos cofactores é muito diversa: podem ser iões metálicos, como o Mg2+, o Zn+ ou o Fe2+, moléculas orgânicas, como o fosfato de piridoxal ou a coenzima A, e ainda moléculas orgânicas contendo metais, como o grupo hemo (uma porfirina contendo ferro) ou a vitamina B12 (5'-desoxiadenosilcobalamina).
Dois termos relacionados com cofactores que alguns autores tendem a deixar cair em desuso mas que são ainda frequentemente encontrados são:
  • coenzima: refere-se a cofactores complexos, que não são apenas iões metálicos;
  • grupo prostético: cofactor ligado de forma covalente à cadeia polipeptídica.


Mecanismo


As enzimas actuam diminuindo a energia de activação da reacção que catalisam, não alterando, no entanto, o seu equilíbrio. Em geral, uma enzima catalisa apenas um substrato, algo que é condicionado pela estrutura do centro activo da enzima. Este possui uma geometria definida e determinadas características físico-químicas (hidrofobicidade, carga eléctrica local) que condicionam o tipo de substrato que pode aceder, ligar-se e sofrer alteração química no centro activo.
Quando um substrato se liga ao centro activo, forma-se o chamado complexo enzima-substrato (ES). Embora esta designação possa parecer uma formalidade, a formação do ES é importante na determinação da velocidade de reacção e, por conseguinte, na velocidade de formação de produto(s). O substrato sofre uma alteração enquanto se encontra ligado à enzima, transformando-se num produto; existe então, de forma transiente, um complexo enzima-produto. O produto desliga-se posteriormente da enzima e esta encontra-se preparada para novo ciclo catalítico.
O Metabolismo da insulina

Como a insulina é o principal hormônio que regula a quantidade de glicose absorvida pela maioria das células a partir do sangue (principalmente células musculares e de gordura, mas não células do sistema nervoso central), a sua deficiência ou a insensibilidade de seus receptores desempenham um papel importante em todas as formas da diabetes mellitus.
Muito do carboidrato dos alimentos é convertido em poucas horas no monossacarídeo glicose, o principal carboidrato encontrado no sangue. Alguns carboidratos não são convertidos, tais como a frutose, que é utilizada como um combustível celular e não participa no mecanismo regulatório metabólico da insulina / glicose; adicionalmente, o carboidrato celulose não é convertido em glicose, já que muitos humanos e muitos animais não tem vias digestivas capazes de digerir a celulose.
A insulina é liberada no sangue pelas células beta, que são células do pâncreas que são produzidas em resposta aos níveis crescentes de glicose no sangue (por exemplo, após uma refeição). A insulina habilita a maioria das células do corpo a absorverem a glicose do sangue e a utilizarem como combustível, para a conversão em outras moléculas necessárias, ou para armazenamento.
A insulina é também o sinal de controle principal para a conversão da glicose (o açúcar básico usado como combustível) em glicogênio para armazenamento interno nas células do fígado e musculares. Níveis reduzidos de glicose resultam em níveis reduzidos de secreção de insulina a partir das células beta e na conversão reversa de glicogênio a glicose quando os níveis de glicose caem.
Níveis aumentados de insulina aumentam muitos processos anabólicos (de crescimento) como o crescimento e duplicação celular, síntese protéica e armazenamento de gordura.
Se a quantidade de insulina disponível é insuficiente, se as células respondem mal aos efeitos da insulina (insensibilidade ou resistência à insulina), ou se a própria insulina está defeituosa, a glicose não será administrada corretamente pelas células do corpo ou armazenada corretamente no fígado e músculos. O efeito dominó são níveis altos persistentes de glicose no sangue, síntese protéica pobre e outros distúrbios metabólicos, como a acidose.

Vários efeitos fisiológicos da insulina são de cunho anabólico. Dentre eles, os mais importantes são:
· Aumento da síntese de glicogênio hepático e muscular: essa é a forma de armazenamento de glicose no organismo – o glicogênio é degradado em glicose em momentos de hipoglicemia (ou em situações de baixa quantidade de glicose no sangue);
· Aumento da síntese de triglicerídeos: a insulina aumenta a entrada de lipídeos na célula, levando à biossíntese de triglicerídeos através da esterificação de ácidos graxos;
· Diminuição da degradação de proteínas: estudos revelam que níveis plasmáticos elevados de insulina levam à menor excreção de compostos nitrogenados, o que indica que, nestes casos, a degradação protéica é menor;
· Diminuição da lipólise: a degradação de lipídeos é menor;
· Aumento da absorção de aminoácidos no sangue pelas células;
· Aumento da tomada de potássio sanguíneo pelas células.




quinta-feira, 13 de junho de 2013

Omega 3



O omega 3 DHA (ácido docosahexaenóico) reduz o risco de doenças cardiovasculares, doença de Alzheimer e cancro.

É um dos principais componentes da matéria cinzenta do cérebro, da retina, dos testículos, do esperma e das membranas celulares. Também é responsável por um crescimento e desenvolvimento adequado, pelo bom funcionamento do cérebro e pela diminuição da inflamação.  O omega 3 DHA é encontrado nos peixes de águas frias, mariscos e óleos de peixe, especialmente o salmão, truta, arenque, etc. O omega 3 DHA pode ser convertido pelo corpo no omega 3 EPA.

O omega 3 EPA (ácido eicosapentaenóico) reduz a inflamação e promove o bom funcionamento do cérebro.

Diminui os efeitos da depressão e esquizofrenia e também reduz o risco de cancro. Como acontece com o omega 3 DHA, o omega 3 EPA é encontrado nos peixes de águas frias, mariscos e óleos de peixe, especialmente o salmão, truta, arenque. O omega 3 EPA é útil para reduzir os coágulos de sangue que podem ocorrer no sistema cardiovascular humano. Também é bom para reduzir a inflamação nas articulações. Ajuda a prevenir a artrite reumatóide, lúpus, asma, doença de Crohn e doenças de pele.

O omega 3 ALA (ácido alfa-linolénico) tem funções cardio-protectores.

O ALA diminui o risco de doenças cardiovasculares e também reduz os efeitos da epilepsia. O omega 3 ALA é encontrada principalmente em vegetais e óleos de sementes, como os óleos de colza, nozes, e linhaça. Uma coisa a salientar é que todos os tipos de omega 3 são essenciais. Mas o omega 3 ALA é a fonte mais acessível omega 3, por isso é usado mais frequentemente para melhorar a alimentação animal ou para fazer produtos com omega 3 como bolachas ou ovos. O nosso corpo pode transformar ALA em EPA e DHA. No entanto, os nossos corpos não são eficazes a converter ALA em EPA e DHA (apenas 5% a 10% é transformado). Por isso depender do omega 3 ALA como a nossa fonte principal de omega 3 não é o suficiente. Essa é uma das razões por que uma alimentação rica em peixe e é tão largamente recomendada.

O omega 6 também é considerado essencial, e encontra se na maior parte dos óleos alimentares como os de milho, ou girassol.

Apoia a saúde da pele, ajuda a diminuir o colesterol e faz o nosso sangue “pegajoso” para ser capaz de coagular. Mas os omega 6 e os omega 3 tendem a competir pelo mesmo espaço nas nossas células. E como há mais disponibilidade de omega 6 em relação ao omega 3 nos alimentos comuns, o que pode resultar é um grave desequilíbrio entre eles no nosso corpo. Quando o sangue é demasiado “pegajoso ” (por excesso de omega 6 e pouco omega 3) promove a formação de coágulos, e isso pode aumentar o risco de ataques cardíacos e derrames. Enquanto os omega 3 ajudam a reduzir a inflamação, alguns omega 6 tendem a promover a inflamação, que faz parte do nosso sistema imunitário, mas pode apresentar um problema quando se consome demasiados alimentos ricos em omega 6.

Para uma dieta ser saudável é preciso haver um equilíbrio entre os omega 3 e os omega 6.

Cientistas recomendam índices variáveis que vão desde 5:1 (5 de omega 6 para 1 de omega 3) a 1:1.  Alguns especialistas sugerem uma proporção de 1:1 como sendo a ideal.
A dieta moderna dos portugueses tende a conter mais omega 6 do que omega 3. O rácio actual de uma dieta moderna é estimada em 14:01 a 20:01. A dieta portuguesa tradicional mediterrânica, por outro lado, tem um equilíbrio saudável entre omega 3 e omega 6. Muitos estudos têm mostrado que pessoas que seguem esta dieta têm menos probabilidade de desenvolver doenças cardíacas. A dieta mediterrânica não inclui muita carne (que é rico em omega 6) e enfatiza os alimentos ricos em omega 3. É uma dieta amiga do coração porque também inclui cereais integrais, frutas e legumes frescos, peixe, azeite, alho, bem como o consumo moderado de vinho.
Vamos voltar a adoptar a típica dieta mediterrânica. Para poder beneficiar dos poderes cardio-protectores dos omega 3, coma uma variedade de peixes gordos 2 a 3 vezes por semana e procure reduzir o consumo dos omega 6 na sua alimentação diária.